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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Equilibrando a polarização ideológica


Os problemas do país e do mundo são colocados em pautas de discussão a todo o momento. O diagnóstico, do que está acontecendo de errado nos mais variados segmentos que interfere na nossa vida como a cultura, a economia e a política, tem sido feito de forma ampla pelos teóricos. A grande dificuldade é propor soluções diplomáticas que possam, no mínimo, aproximar interesses historicamente antagônicos oriundos das mais variadas classes sociais. Esses interesses envolvem quesitos políticos e econômicos e, propor um sistema cujo vigor atenda pólos ideologicamente opostos, pode atenuar conflitos e tornar a conjuntura mundial mais justa. Essas ideologias apresentam defesas radicais das causas reivindicadas por determinados grupos, o ideal é associar essas distintas concepções. Por toda a história, são notáveis as mais variadas mudanças ocorridas nos regimes e sistemas devido ao caráter dinâmico inerente ao homem. Dentre essas, as correntes Capitalistas e Comunistas são as que têm maiores influências nas discussões hoje, apesar de o segundo ter perdido grande respaldo por ter fracassado na União Soviética. Todavia, seus princípios de igualdade e justiça social permanecem sendo extremamente defendidos por muitos. Enquanto isso, é inegável que o Capitalismo está consolidado na cultura e na maioria esmagadora do globo. Este possui um grande potencial de aceitação por aflorar as características competitivas e individualistas do ser humano. Por haver essas diferenças, é difícil aliar essas duas ideologias e, a utopia defendida por Marx, que o homem pode viver, depois de uma longa etapa socialista, espontaneamente sem se dividir por hierarquias é impraticável pela natureza auto-afirmativa do homem. Porém, o Capitalismo mostra não ser capaz de promover justiça social por conta da sedutora acumulação de riqueza. Diante dessa realidade, observamos a ineficácia de ambos os modelos para ser o paradigma social ideal. Mas podemos pensar em um sistema viável se utilizássemos o poder e o interesse do grande capital para contribuir, ou pelo menos não embargar, com políticas de ascensão social. Essa proposta se fundamenta num ponto convergente entre a burguesia e o povo: a burguesia quer, cada vez mais, ampliar o mercado consumidor. Para isso, é preciso haver dignidade, renda e formação profissional para as camadas menos favorecidas que assim, ascenderiam socialmente e atingiriam seus objetivos. Dessa maneira seria possível implantar um sistema social-democrata efetivo e real. Essa doutrina fundamenta-se em quatro pilares da igualdade: jurídica, de sufrágio, de oportunidade e econômica. A igualdade jurídica e de sufrágio estão asseguradas pelo campo teórico, apesar de alguns problemas nos termos da aplicação prática. Mas o grande problema é que paridade econômica e de oportunidade não estão nem no campo teórico dos planos governamentais. Esses dois pontos esquecidos pelas autoridades consistem em acesso universal à cultura e às conquistas das ciências, já que essas têm que exercer uma função social, e o estabelecimento de um padrão de vida mínimo obrigatório, para que todos tenham dignidade e possam, de forma genérica, ter condições de competir efetivamente no mercado. Um padrão seria determinado pelo Estado, com seu monopólio das leis, e por comissões especializadas cientes de dados sócio-econômicos que possibilitariam a fixação de uma base mínima de salário e um limite máximo de custos dos bens fundamentais para o bem-estar social. Dessa maneira, uma análise coerente dos custos de vida e das relações entre empregados e empregadores pode definir uma base digna para população e, conseqüentemente, uma sociedade mais justa sem perder de vista as tão defendidas individualidades humanas, como a capacidade intelectual e de iniciativa. Fazendo esse paralelo, oportunizaremos os setores produtivos a todos, promovendo um bem-estar social sem ferir os interesses das classes dominantes, um aliado necessário para o exercício do poder num sistema essencialmente capitalista.

2 comentários:

  1. isso: ainda há uma salvação! aprendi bastante com o otimismo do nosso ex-professor Ademar! graaande! ele sempre falava isto: o capitalismo não vai acabar tão cedo e, para que ele se sustente, é preciso que haja um equilíbrio de interesses!
    Cabe a nós, estudantes do marxismo, cair na real e perceber o brutal capitalismo existente e torná-lo sustentável!

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  2. A verdade é essa mesmo meu caro, o capitalismo hoje em dia aparece como um leão morto de fome, prestes a engolir vorazmente as pessoas de classe menos favorecida na sociedade.

    "o estabelecimento de um padrão de vida mínimo obrigatório, para que todos tenham dignidade e possam, de forma genérica, ter condições de competir efetivamente no mercado"

    Esse trecho eu entendo como implantações de medidas governamentais, tal como a própria educação, importante "arma" para que seja possível crescermos, e construirmos um país melhor. Dessa forma, podemos ter esse "equilíbrio de interesses" que o amigo Fábio citou.

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