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sábado, 31 de outubro de 2009

Partidarismo midiático




Em todas as partes do meio político vemos sérias acusações entre partidos, mídia e autoridades. Os partidos políticos e as autoridades têm seu posicionamento ideológico claros, já a mídia, é uma organização que se define como um simples instrumento de informação. Esses meios de comunicação são muito relevantes para a formação da opinião pública e, por isso, também se caracterizam por tomar partido.
Tomar partido é algo natural, como já afirmava Lênin, todos nós formamos opiniões e não somos inertes ao refletir dialeticamente sobre o mundo material e idealístico na construção da nossa práxis, mas quando as escolhas são definidas obscuramente, a fim de manipular a consciência alheia, esse partido se torna perigoso. É inegável e natural o caráter partidário da imprensa, não há ser humano imparcial e a mídia reflete essa característica fielmente através de seus componentes.
O problema é a forma que se manifesta essa característica: alguns seguimentos midiáticos agem de má fé e por conveniência defendendo o interesse de sua classe e dos seus financiadores. Ao falar em financiador, deixamos clara a participação do capital que, na sociedade capitalista, é o principal fator de influência.
Esse fenômeno está predominantemente presente na grande mídia (as grandes EMPRESAS da comunicação) que não tem o menor compromisso com a verdade e o cuidado ao ponderar sobre fatos e pessoas. Se sentem aptos a investigar, denunciar e julgar seus réus, escolhidos pela concepção. Ou seja, se consideram donos da verdade e agem como se fossem um poder judiciário paralelo.
Seu poderio é usado, principalmente, em períodos eleitoreiros para atacar interesses contrários tanto através de verdades, que vem a tona em momentos bem calculados, quanto por calúnias. Um exemplo de verdade é o arsenal de acusações contra José Sarney. O presidente do senado realmente transgrediu a constituição, mas sua figura esteve presente no poder por décadas e, com certeza, a falta de decoro não é recente. Mas suas atitudes infelizes só vieram à tona agora por uma questão de conveniência, Sarney é aliado do presidente Lula e assim a imagem do presidente poderia ser afetada pelo escândalo. Quando o senador estava ao lado de FHC nada apareceu, ele era santo e virou algoz agora ou esse momento é mais produtivo para expor suas atitudes aéticas? Pelo histórico da imprensa fica fácil responder. Tudo isso para se beneficiar por duas possibilidades: se Lula apóia Sarney ele mostra deixar de lado a ética, se ele posiciona-se contra o presidente do congresso perde a governabilidade.
Em 2005, o escândalo do mensalão eclodiu, um ano antes da eleição de 2006. Agora, com a descoberta do pré-sal e a definição do modelo de sua exploração vem a CPI da Petrobras. Mais coincidências ou ações articuladas? Mostrando assim, fica claro de que lado estão os partidos midiáticos: do Neoliberalismo.
A secretária da Receita Federal, Lina Vieira, levantou a possibilidade de Dilma Roussef ter pedido mais agilidade na investigação da família Sarney. Isso gera uma série de incertezas e muita ambigüidade, agilizar para apurar ou arquivar? Quando aconteceu a reunião entre a secretária e a ministra? Nem a própria Lina sabe responder. Portanto está claro que ela prevaricou, esperou o momento mais propício para a dúbia acusação. Coincidentemente ou não, ela é esposa de um ministro do governo FHC.
A mesma imprensa ajudou a consolidar a ditadura militar e o capitalismo no país. A Rede Globo foi instrumento de alienação ao promover a jovem guarda, especialmente Roberto Carlos, e a Folha de São Paulo recentemente chegou a denominar o regime totalitário de “DitaBRANDA”.
Bom, acima são enumerados apenas alguns exemplos de juízos de valor que a mídia promove de acordo com seus interesses. Temos que deixar claro que muitas das acusações são verdadeiras, o detalhe é o modo com que elas são feitas e a conveniência ao omitir fatos em determinados momentos. É por essas e outras que esse, aparentemente, simples instrumento de comunicação social corresponde ao quarto poder em nosso país.